quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Que

Houveram dias em que parei em algum café, pedindo calma, pedindo o caminho. Mas acabei pagando no final, por um café pequeno. Sempre estive sozinha nestes momentos, então ficava quieta, e me afogava naquele líquido forte e negro, sem açucar, que não sustentava todas as minhas decepções, que nunca me serviu de pilar pra nada e que, às vezes, tinha gosto de água.
A idéia do amargo não me assusta. Acostumei-me com ele porque assim a vida parece doce e tenho coragem pra enfrentar as coisa. Desde muito nova eu me vejo com problemas, e é de cedo que engulo-os à seco.
Não tenho muito sobre o que reclamar. Sinto-me extremamente carente e jogada no mundo - o que não é total mentira, quando o drama é meu. Sem eira nem beira. Sem ombro, sem entendimento, sem amor. Mas não me vejo como uma mal amada. Não me tenho como única no mundo. Sei que entre uma janela e outra, existem algumas Isadoras e Marinas, como eu, que escrevem e ouvem músicas, ou que cantam no chuveiro para deixar que a dor seja deglutida pelo ralo. Junto com a delas, meus fios de cabelo.
Jamais desejei muita coisa, e há pouco me vejo de mãos dadas com alguém. Mas alguém tão distante, que talvez não se importe com as entrelinhas. Que talvez pense muito no agora. Que talvez me veja pequena. Que talvez.

2 comentários:

Suellen Verçosa disse...

E nos momentos que passam e escorrem muitas vezes nas lágrimas já tão salobras, percebemos que o único e verdadeiro amor ás vezes pode ser uma ilusão, ou nos cobra mais, muito mais que podemos oferecer, tirando todo o desejo do afago após um dia doloroso de trabalho.

Ás vezes me pergunto...o porquê de ainda acreditar, e me dou conta de que se não acreditarmos nisso, nessa força que é o amor, todas as outras coisas perdem a razão.

Bjus moça!

Bibi. disse...

bingo!