domingo, 14 de setembro de 2008

Sobre um Domingo Eterno

Pelas milhares de vezes que sonho e depois desejo, sem saber o que fazer, que nada se realize. Por esses meses tenho gostado tanto da vida, que não preciso que o que não é real concretize.
Tenho querido viver por mim e por ti. Mesmo distante, mesmo com tantas dúvidas e conselhos de coração, não tenho mais essa vontade de desistir do que fez meus dias melhores e as janelas da minha alma mais limpa. Eu tenho visto o tempo menos amarelado.
Não deixaria de morrer de amor por você. Morreria em suspiros, em pequenas doses, com veneno, com vidro, com dor.
Eu te amo, e tem sido tão difícil! É estranho não acordar com ela, mas mesmo assim sentir o perfume pelo quarto e pelos cantos. Acaba sendo gostosa essa sensação de morte por um mês e de nova vida por dois dias. Eu te amo tanto, mas te amar me dói.
É como um corte. Você sai, encontra os amigos, olha pra um lado, olha pro outro e olha pro dedo. Vê aquele anel, aquele nome e pensa: o que eu tô fazendo nesse vazio? É exatamente assim que acontece. E é exatamente isso que me faz ter vontade ficar em casa e poder conversar por horas sem ninguém atrapalhando, com vontade beijar a tela do computador, com vontade me enviar por e-mail, com vontade.
Esperei e esperar machuca. Qualquer palavra vinda de quem se admira, de quem se ama, tem o poder de uma navalha vezes quatro. Não uma navalha com um corte fatal... mas uma que sangre e que demore a cicatrizar.
Não sei dos teus dias, não sei o que fazes, só imagino e acredito no que me falas. Somes, desapareces e depois me explicas que não foi nada demais. Eu engulo o dormonid, o ciúmes e a água, e tudo desce fazendo efeito. O que acontece é que a minha possessão não tem passado nem com o sono, nem com calmante, nem com leitura. Tudo agrava e eu te vejo nas personagens. A única que poderia tornar tudo menos barulhento, mora quase em Singapura.
Tenho tido vontade de matar meus sonhos, engolir teu passado e começar hoje, do zero. Sem ninguém na lembrança, sem medo, sem briga. Eu queria significar muito, mas é puro egocentrismo.
O problema é que eu te amo muito, e amar tem me doído tanto que eu...

Um comentário:

Morgana disse...

B.
Revi-me inteira neste texto. Entendo cada palavra, cada sentimento, a única diferença é a distância...ela está ali ao lado, do outro lado da cidade...
Espero, lembro, não quero, quero...tudo dói nestas alturas, e também eu...

Beijos